segunda-feira, 15 de julho de 2013

uma escarradeira de ouro ou de porcelana. de barro. onde coubessem todos os suspiros que os cigarros me levaram e deixaram o óbvio: o escarro.

eu tinha uma canção na ponta da língua hoje cedo. o violão desafinado, os dedos gelados, a preguiça duma segunda-feira que tem em si todo o inverno. percebe? deixei escapar pra nunca mais. era uma bela canção que falava de um passo a frente, um passo atrás, tu és sempre tu, não tem pra onde correr.

eu sou sempre eu. correr pra quê?

pra onde ir? pra onde?

café até os olhos não conseguirem mais focar, chico buarque até não conseguir mais me concentrar em marx nem em coisa nenhuma que faça algum sentido concreto.

o sorriso radiante de raquel pra me dizer que somos gente, ela e eu. eu sou gente também, sabia?! foda-se o inverno se tenho café, chico buarque e raquel pra me sorrir à tarde.

a poesia que ocupe o lugar dela, seja onde e como for. a poesia, cansativa, que se ocupe de si mesma e nos dê o nosso ópio, nosso óbvio, nossos nós. a gente se ata e se desata lendo, escrevendo e sonhando.

acordei suado e pensei que fosse o calor dela. não era.

não era, não.

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